A Violência Doméstica é em Portugal o segundo crime mais registado contra as pessoas. E a verdade, é que mesmo estando classificado dessa forma, muitas mais ocorrências do mesmo ficam por registar. É de salientar que o facto deste crime se poder manifestar de diversas formas que abarcam a violência física (agressões, violações), violência financeira (roubos, furtos) e ainda violência psicológica (humilhações, insultos, controlo de comportamentos) torna ainda mais limitado o número de registos.
Em média na Europa, uma em cada cinco mulheres sofre de violência doméstica, um valor ao qual Portugal ainda não consegue chegar, sendo que no nosso país, uma em cada três mulheres sofre de tal crime. Por outro lado, verificamos que na França, apenas uma em cada dez mulheres é vítima de violência doméstica.
Segundo a Professora Doutora Maria José Magalhães (presidente da UMAR), este fenómeno criminoso, não está de todo a aumentar, no entanto os números de casos registados aumenta devido à cada vez maior denúncia, exposição e conhecimento das formas de lidar com o mesmo crime. Iniciativas de sensibilização acerca deste tema tornam-se portanto necessárias para combater este flagêlo!
De salientar também a referência que a Professora Doutora Maria J. Magalhães fez ao facto da Violência Doméstica não se poder associar às classes socialmente mais desfavorecidas, pois apesar de algumas estatísticas o mostrarem, tal deve-se também ao facto da classe mais baixa ser predominante sobre as outras em Portugal. Não se torna pertinente comparar com outros países onde a predominância da Violência Doméstica é menor e simultaneamente existe uma maior classe média e alta, pois a verdade é que nesses mesmos países como a França, os movimentos feministas apareceram mais cedo (anos 60) e já desde aí se começou a desenvolver a luta contra esta problemática.
Em Portugal, a luta contra a violência doméstica só se iniciou nos anos 90 apesar de algumas tentativas na década de 80. Só a partir do ano 2000 se enquadrou a VD na legislação portuguesa, tornando-se um crime público passível de ser denunciado por quem de tal tiver conhecimento. Com os mesmos moldes jurídico-legais, foi em 2007 inserida na legislação a VD sobre crianças, idosos e pessoas do mesmo sexo!
Foi no sentido de manifestar a solidariedade para com as vítimas, obter mais conhecimentos e acima de tudo valorizar as questões sociais que são sem dúvida uma das nossas grandes bandeiras, que o NES ISEP participou com todo o gosto nesta excelente iniciativa organizada pelo Núcleo de Estudantes Socialistas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, estrutura à qual aproveitamos para parabenizar. Sem dúvida que foi um grande sucesso e que hoje, com a participação da Professora Maria José Magalhães, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e da Associação Nacional de Empresárias (ANE), muitos mais jovens ficaram sensibilizados para com as vítimas de Violência Doméstica.
Já sabes, se conheceres algum caso, denuncia! ;)
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