As juventudes partidárias existem com o intuito de promover a afirmação dos jovens na sociedade através da fomentação de políticas que de facto promovam a sua emancipação e o seu enquadramento social. Existem, para que os jovens tenham de facto uma palavra a dizer na tomada das decisões políticas. No entanto, espera-se que os seus militantes, militem com o sentido de cidadania, exercendo a militância com o objetivo de fazer mais pela juventude e mais pela sociedade, ao invés de se focarem no objectivo de fazer mais pelo seu partido.
Esta é uma missão digna, que não deve descurar contudo a correcta inserção ideológica e a plena compreensão da defesa de alguns valores inerentes às diferentes ideologias e à pluralidade das estruturas partidárias, que por si só permite uma maior independência também dentro da estrutura em que estamos inseridos.
Esta é uma missão digna, que não deve descurar contudo a correcta inserção ideológica e a plena compreensão da defesa de alguns valores inerentes às diferentes ideologias e à pluralidade das estruturas partidárias, que por si só permite uma maior independência também dentro da estrutura em que estamos inseridos.
A construção de políticas de juventude e a defesa dos valores em que se acredita não pode contudo ser limitada à parte teórica. O exercício da cidadania política e partidária é um exercício que por vezes se torna rabuscado quando o papel do militante limita-se à passividade de não fiscalizar, questionar e querer saber mais sobre a conjuntura actual e ainda, acerca do panorama interno da sua estrutura partidária.
Se os partidos políticos em Portugal prezam a democracia no seu país e da mesma forma o fazem as juventudes partidárias, a luta por esta mesma democracia deve permanecer internamente, havendo para isso a necessidade de conhecimento das regras do jogo. É algo simples que pode fazer a diferença, e de facto faz quando se pretende promover a democracia e a autonomia individual que é essencial na arte que é fazer bem política.
Se há também algo fundamental em política é o debate e a discussão de ideias, sendo para isso necessária a sua criação, desenvolvimento e apresentação. Sem ideias a política é vazia de conteúdo e cinge-se ao facilitismo do agitar de bandeiras, que nem custa com a ajuda do vento.
Este é um trabalho árduo que deve ser aproveitado quando se está no poder e realçado quando se está na oposição, apresentando alternativas. O papel de uma juventude partidária é esse, influenciar o seu partido sem se deixar influenciar em torno de individualidades opacas, aproveitando para pôr políticas de juventude em prática e promover junto dos jovens a sua participação através da informação e auscultação permanente. E promover a cidadania dos jovens não é necessariamente integra-los nos partidos. É também incitar à criação de mecanismos que promovam a sua representatividade como por exemplo os Conselhos Municipais da Juventude ou os orçamentos participativos.
Se por outra via os queremos integrar nas juventudes partidárias, que não é menos bom, devemos garantir que existe o conhecimento dos direitos e deveres dos militantes e acima de tudo fazê-los sentirem-se representados, sempre na defesa de uma juventude mais forte, mais capaz, mais informada e mais empreendedora.
Vamos mudar o paradigma!?
André Lopes
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